Atravessamos o presente de olhos vendados, mal podemos pressentir ou adivinhar aquilo que estamos a viver. Só mais tarde, quando a venda é retirada e examinamos o passado, percebemos o que foi vivido, compreendendo o sentido do que se passou.
Vivia como um desses excêntricos que acreditam escapar dos olhares indiscretos, protegidos por altas muralhas, porque deixam de levar em conta um pequeno detalhe: que essas muralhas são de vidro transparente.
Paret GOLDBERG Fotografía Pere Ferrer
…mas é sempre o que acontece na vida: imaginamos representar um papel numa determinada peça e não percebemos que os cenários foram discretamente mudados, de modo que, sem perceber, devemos actuar num outro espectáculo.
Milan Kundera, O livro dos Risíveis Amores
9 comentários:
Gostei...muito!
E devemos imediatamente ajustar-nos ao novo papel, pois a única coisa dramática é quando nos mandam sair de cena.
Um beijo!
Este texto está mesmo lindo! E as imagens, mais uma vez, estão fenomenais!
Fantástico este blogue.
Parabéns .
Obrigado, vou utilizar uma daquelas para substituir a outra imagem foleira!!! Beijo!!
Pepita chocolate,
obrigada e benvinda por cá.
Rafeiro,
Isso mesmo dear Watson!
Salto-Alto,
São excertos do livro "O livro dos Risíveis Amores" de Milan Kundera. É um génio esse senhor;)
As imagens são de um festival de dança e teatro que costuma haver cá por Barcelona todos os anos.
Skywalker,
ahahah! Sabes que tenho uma grande amiga que também usa este nome no universo blogueiro?
Benvindo/a e obrigada:)
Rafeiro,
Não estava foleira. Estava apenas a faltar o canichito.
Grata por poder ser útil para sua senhoria:P
BeijOOOs para todos;)
Absolutamente maravilhoso este post.
Delicioso.
Nogs,
Milan Kundera consegue muitas vezes surpreender-nos com a crueldade das suas palavras, e fazer-nos despertar para a realidade.
Beijinhos.
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