sexta-feira, novembro 28, 2008

Amores Risíveis

GOLDBERG, abril 08 Fotografía Pere Ferrer


Atravessamos o presente de olhos vendados, mal podemos pressentir ou adivinhar aquilo que estamos a viver. Só mais tarde, quando a venda é retirada e examinamos o passado, percebemos o que foi vivido, compreendendo o sentido do que se passou.

Vivia como um desses excêntricos que acreditam escapar dos olhares indiscretos, protegidos por altas muralhas, porque deixam de levar em conta um pequeno detalhe: que essas muralhas são de vidro transparente.






Paret GOLDBERG Fotografía Pere Ferrer
…mas é sempre o que acontece na vida: imaginamos representar um papel numa determinada peça e não percebemos que os cenários foram discretamente mudados, de modo que, sem perceber, devemos actuar num outro espectáculo.
Milan Kundera, O livro dos Risíveis Amores

9 comentários:

Pepita Chocolate disse...

Gostei...muito!

Rafeiro Perfumado disse...

E devemos imediatamente ajustar-nos ao novo papel, pois a única coisa dramática é quando nos mandam sair de cena.

Um beijo!

Salto-Alto disse...

Este texto está mesmo lindo! E as imagens, mais uma vez, estão fenomenais!

Skywalker disse...

Fantástico este blogue.
Parabéns .

Rafeiro Perfumado disse...

Obrigado, vou utilizar uma daquelas para substituir a outra imagem foleira!!! Beijo!!

nOgS disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
nOgS disse...

Pepita chocolate,

obrigada e benvinda por cá.

Rafeiro,
Isso mesmo dear Watson!

Salto-Alto,
São excertos do livro "O livro dos Risíveis Amores" de Milan Kundera. É um génio esse senhor;)
As imagens são de um festival de dança e teatro que costuma haver cá por Barcelona todos os anos.

Skywalker,
ahahah! Sabes que tenho uma grande amiga que também usa este nome no universo blogueiro?
Benvindo/a e obrigada:)

Rafeiro,
Não estava foleira. Estava apenas a faltar o canichito.
Grata por poder ser útil para sua senhoria:P

BeijOOOs para todos;)

A Coração disse...

Absolutamente maravilhoso este post.
Delicioso.

Å®t Øf £övë disse...

Nogs,
Milan Kundera consegue muitas vezes surpreender-nos com a crueldade das suas palavras, e fazer-nos despertar para a realidade.
Beijinhos.