Amo-te tanto que te não sei amar, amo tanto o teu corpo e o que em ti não é o teu corpo que não compreendo porque nos perdemos se a cada passo te encontro, se sempre ao beijar-te beijei mais do que a carne de que és feita, se o nosso casamento definhou de mocidade como outros de velhice, se depois de ti a minha solidão incha do teu cheiro, do entusiasmo dos teus projectos e do redondo das tuas nádegas, se sufoco da ternura de que não consigo falar, aqui neste momento, amor, me despeço e te chamo sabendo que não virás e desejando que venhas do mesmo modo que, como diz Molero, um cego espera os olhos que encomendou pelo correio.
in "Memória de elefante [1979*]" de António Lobo Antunes**
* O ano do meu nascimento :)
** Este GRANDE senhor hoje participará numa conversa com o poeta e catedrático de literatura Luis Izquierdo, pelas 19h00, no auditório da Biblioteca Jaume Fuster (Pl. Lesseps 20-22 - Barcelona).Para mais informações podem consultar o sítio web:http://w3.bcn.es/V51/Serveis/AgendaRecomanada/V51AgendaRecomanadaIniciCtl/0,2169,99468069_99472061_1_842532771,00.html?accio=detall
8 comentários:
Tenho um tempo louco para ir ao Globos de Ouro...
Está demaios com a foto. Bonita "homage"!
jokas
Belissimo fragmento de texto que aqui nos trazes de um grande autor!!!
Beijos...
Será que se pode amar assim dessa maneira? será que o amor é eterno?
será? será? tantas duvidas.
excelente musica.
beijo nina linda
Nogs,
Ainda há quem saiba falar verdadeiramente sobre o que é o amor.
Beijinhos.
"Amo-te tanto que te não sei amar, amo tanto o teu corpo e o que em ti não é o teu corpo que não compreendo porque nos perdemos se a cada passo te encontro..."
Como eu o amo e ele partiu...
Adoro este senhor.
Gostei muito!!!
beijitos
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